terça-feira, 22 de maio de 2012

Prefeito de Santo Antônio do Descoberto é suspeito de desviar R$ 1 milhão, diz MP


Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Foto: Divulgação

O Ministério Público de Santo Antônio do Descoberto instaurou um inquérito civil público por suspeita de ato de improbidade administrativa do prefeito David Leite. De acordo com a investigação do Ministério Público, em 2009, o município recebeu do Estado um R$ 1,2 milhão destinados à saúde pública, mas o dinheiro foi desviado para outros fins.

O inquérito já foi entregue à Justiça, mas ainda não há informação se a denúncia foi aceita. Se vier a ser punido conforme prevê a Lei de Improbidade Administrativa, o prefeito poderá ter a suspensão dos direitos públicos por até cinco anos, além da perda da função pública e o ressarcimento integral dos danos, dentre outras sanções.
De acordo com o promotor André Melgaço Reis, o prefeito usou o dinheiro para outras finalidades públicas como pavimentação de ruas e reparo em pontes. O prefeito de Santo Antônio do Descoberto Davi Leite, argumenta que utilizou o recurso por uma situação de calamidade vivenciada no município.

"Este recurso não havia mais como ser utilizado na finalidade que se propõe e como o município atravessava uma situação de calamidade, ilhamento de bairros, nós tivemos que fazer a utilização dele para reestruturarmos uma ponte que dava acesso aos bairros de Montes Claros e Jardim de Alá. Fizemos também, como havia uma situação calamitosa da malha asfáltica, fizemos um socorro na pavimentação asfáltica", defende-se o administrador público.

O promotor André Melgaço Reis rebate dizendo que a verba tinha uma finalidade específica. “Ela tinha que ter sido gasta no Hospital de Urgência do Município do Santo Antônio do Descoberto e jamais poderia o prefeito ter deliberado e utilizado as verbas para outros fins, ainda que público", afirma.

Distrito Federal

Com 63.248 habitantes, Santo Antônio do Descoberto conta apenas com um hospital para atender a população. Lá são realizados apenas procedimentos mais simples. Os casos mais graves são encaminhados para o Distrito Federal. O funcionamento do Hospital de Urgência ajudaria a melhorar a saúde pública do município, mas a obra que já começou a ser construída em 2005 e já consumiu R$ 7 milhões parece estar cada vez mais longe de ser concluída. Os moradores estão revoltados.

“O hospital está sempre lotado, não atende. Aí, o prefeito recebeu esta verba para reabrir o hospital e até hoje não foi aberto. O povo já está revoltado com esta situação. O povo está reclamando e questionando para onde foi este dinheiro", comenta o rodoviário Robson Rodrigues dos Santos.

Para a dona de cada Elizabeth Santana Vieira o sentimento é de indignação. "Raiva e indignação. O prefeito recebe a verba e não passa para os hospitais, não arruma nada", diz.

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