Texto: Lílian Tahan / Correio Braziliense
Foto: CB
O ex-distrital Júnior Brunelli dormiu na prisão.
Conseguiu a prerrogativa de ficar sozinho em uma cela, de entrar e sair pela
garagem e, assim, não ser exposto publicamente. Mas não se livrou das grades.
Desde ontem, quando se entregou, por volta das 13h, Brunelli ficou detido na 5ª
Delegacia de Polícia (DP), área central de Brasília. Só saiu de lá para fazer o
exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), voltando em seguida
para a DP, onde cumpre mandado de prisão temporária de cinco dias. Conhecido
como o deputado da oração da propina na Operação Caixa de Pandora (leia
Memória), o ex-parlamentar é acusado, em uma outra linha de investigação, de
crimes como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato e uso de
documento falso. Inquérito da Polícia Civil aponta Brunelli como o chefe um
esquema de desvio de, pelo menos, R$ 1,7 milhão em emendas parlamentares
destinadas a ações sociais para idosos.
Até
o início da tarde de ontem, Brunelli era considerado foragido. Na sexta-feira,
agentes da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) cumpriram
mandado de busca e apreensão na casa do ex-deputado, na Superquadra Brasília.
Ele deveria ter sido preso na ocasião, mas escapou antes de a polícia chegar.
Desde então, os advogados se mobilizaram para fazer valer as prerrogativas de
Brunelli, que é formado em
direito. Entre as regalias, ficar em uma sala de
Estado-Maior, privativa, sem grades e com banheiro. Também queriam evitar
holofotes e algemas.
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