O requerimento para resgatar
informações prestadas pelo jornalista Policarpo Junior, chefe da sucursal da
revista Veja, em Brasília, durante a Comissão de Ética da Câmara em fevereiro
de 2005, causou discussão entre os parlamentares da CPMI do Cachoeira. O
requerimento foi apresentado pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL),
mas não foi aceito pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). No entanto,
dividiu o plenário da CPMI e tomou a maior parte da reunião de hoje.
No pedido, Collor lembrou que
o jornalista testemunhou a favor de Cachoeira na CPI dos Bingos e pediu que a
CPMI destacasse desse depoimento as partes que indicam a relação com Cachoeira.
"É necessário que pincemos esses trechos para que fique comprovado um
conluio entre Policarpo Júnior e Cachoeira."
O deputado Miro Teixeira
(PDT-RJ), no entanto, classificou o pedido de Collor de atentado à liberdade de
imprensa e de caráter "persecutório". "A função do jornalista é
investigar. O jornalista de investigação conversa sim com pessoas próximas aos
crimes”, defendeu Miro. Já o senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que Collor
estava fazendo um "acerto pessoal" com a imprensa. "Esse
requerimento tem inconstitucionalidade chapada", destacou.
Já os deputados e senadores
do PT apoiaram o pedido feito pelo Collor. De acordo o deputado Paulo Teixeira
(MG), o pedido não tem a intenção “de investigar a imprensa” e sim de apurar
uma possível conduta inadequada do jornalista. O líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), também concordou com o resgate das informações e disse que
os integrantes da comissão estavam considerando o jornalista “um intocável”.
“Parece que tem intocáveis aqui, mas não se enganem, tudo virá à tona”,
destacou.
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