Texto: Afrânio Pedreira
Fotos: Beto Castanheiro
Pelo quarto ano consecutivo, a
Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás, por intermédio do Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) da secretaria de Ação Social,
Cidadania e Trabalho passou o 18 de maio com a população unida para dizer “não”
ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes não só de Águas Lindas,
mas de todo o mundo.
Uma passeata de cerca de três
quilômetros, reuniu cerca de 1,5 mil pessoas entre crianças, estudantes,
idosos, professores, autoridades municipais e populares que, trajando camisetas
com o slogan local de “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”,
marcaram o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual”, este ano com
o slogan”. “Esquecer é permitir, lembrar é combater”.
A campanha é celebrada em todo o
país desde 2000. Em Águas Lindas, a data passou a ser lembrada a partir de 2009,
quando o prefeito Geraldo Messias assumiu o poder local. Este ano, 1,5 mil kits,
contendo camisetas, botom, garrafinhas de águas e lanches do movimento foram
distribuídos pela prefeitura.
“É uma luta que tem que ser de
todos, não só dos governantes. Toda criança merece ser respeitada e ter uma
infância sadia”, destacou o prefeito Geraldo Messias. Para ele, é sabido que,
infelizmente, cada vez mais crianças e adolescentes são vítimas de algum tipo
de violência sexual e todos, indistintamente, têm que abraçar a causa e se
posicionar, categoricamente, contra tal prática. “É um absurdo que crimes
contra crianças, consideradas pela justiça como incapazes, sejam noticiados
diariamente pela imprensa. Precisamos dar um basta”, apelou ele.
A mobilização contra os abusos
sexuais infantis, que reuniu pessoas de diferentes níveis, classes sociais e
faixa etária da cidade, conforme os organizadores, cresce e fica mais forte a
cada versão. Este ano, logo cedo, por volta das 7h30, dezenas de participantes
já se encontravam concentrados em frente ao CREAS, na Quadra Poliesportiva do
Setor 1 da cidade. “É uma luta em que faço questão de participar. Tenho horror
de pedófilos”, disse uma estudante que não quis ter o nome revelado.
“É um ato hediondo. Infelizmente a
violência sexual infantil existe. Devemos lutar contra”, ressaltou a primeira
dama do município e secretária de Ação Social, Cidadania e Trabalho, Luzia de
Fátima que, juntamente com o marido, o prefeito Geraldo Messias, fez questão de
fazer todo o trajeto da passeata com os participantes. O diferencial deste ano no percurso foi a
travessia das duas pistas da rodovia pela passarela. “Com isto, todos, além de
se posicionarem contra a pedofilia, demonstraram também ter amor à vida e que
as passarelas representam travessias com segurança”, disse Zilda Tavares,
diretora do Programa CREAS da cidade.
O vereador Rogemberg Barbosa,
presidente da Câmara Municipal lembrou que a Constituição Federal estabelece e
garante à criança, direito a lazer e proteção
especial do estado.
No pátio da Prefeitura Municipal,
onde finalizou a passeata, houve apresentação da banda “Mais educação”, da
secretaria de Educação, execução do hino nacional, pronunciamentos e
distribuição de lanches para os estudantes
Saiba mais
A idéia de estabelecer
“O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto Juvenil” (18 de
maio) surgiu em 1998, quando de um encontro na Bahia que reuniu cerca de 80
entidades públicas e privadas para um encontro organizado pelo CEDECA/BA, órgão
representante da organização internacional que luta pelo fim da exploração
sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais da
Tailândia.
O projeto de combate, de autoria da deputada Rita Camata
(PMDB/ES) foi sancionado em maio de 2000. A causa do movimento foi a morte brutal e
perversa da menina Araceli Cabrera Sanches de oito anos que, antes da morte,
foi seqüestrada, drogada, espancada e estuprada por dois rapazes de classe
média alta de tradicionais famílias da cidade de Vitória, Espírito Santo. O
crime chocou e abalou a cidade capixaba.
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