sexta-feira, 1 de junho de 2007

Cristovam diz que Congresso está em crise, pede "exame de consciência" e aproximação com o povo


O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) aconselhou nesta quinta-feira (31) o Congresso Nacional a abandonar o que chamou de "postura arrogante e ostentação" em prol de maior proximidade com as demandas do povo brasileiro. Esse distanciamento, somado às denúncias de corrupção e incapacidade para legislar, levou a uma crise, da qual os congressistas teriam de tomar a iniciativa de resolver, sob pena de ver agravada a atual situação.“Hoje estão nos desprezando; amanhã nos jogarão pedras” alertou o parlamentar pelo Distrito Federal.
Cristovam mostrou-se especialmente contrariado porque, segundo ele, o Congresso produz efetivamente muito pouco para resolver os problemas do país. No caso da segurança pública, por exemplo, ele considera que o Senado votou alguns projetos e foi incapaz de pressionar a Câmara dos Deputados a dar prosseguimento a essas matérias. O senador diz que, quando cobrou uma atitude mais combativa de seus colegas, foi recebido com a frase: "tudo já foi feito". “Como já foi feito tudo? Há lá fora uma exposição com 15 mil lenços brancos simbolizando a morte de 15 mil pessoas em 2007. E se fôssemos pendurar nesses varais um lenço para cada desempregado e para cada criança sem escola?” questionou o parlamentar.
Para Cristovam, espremido entre as medidas provisórias editadas pelo Executivo e as liminares expedidas pelo Judiciário, o Congresso Nacional não tem papel ativo na elaboração e aprovação de leis. Se por um lado não cumpre o seu papel de legislar, ostenta um cenário de monarquia. “Façamos um exame de consciência. A ostentação chega ao nível da linguagem. Aqui nos tratamos por "nobre" e "excelência" ao invés de "cidadão senador", observou Cristovam.
Para o parlamentar, "as denúncias de utilização indevida de recursos públicos estampadas em revistas" são um dos sintomas de uma crise mais profunda, em relação à qual ninguém, nem mesmo Cristovam, poderia eximir-se de culpa. O senador disse ter cobrado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que conduza o Congresso para a resolução da crise.

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