sábado, 12 de maio de 2007

PF desarticula quadrilha acusada fraude no exame da OAB-GO

Operação da Polícia Federal desarticulou neste sábado (12) organização criminosa sediada em Goiânia, suspeita de fraudes no Exame de Ordem realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Goiás (OAB-GO). Os articuladores conseguiam aprovações ilícitas por meio de corrupção de servidores e dirigentes da instituição.Estão presos, as funcionárias da OAB-GO Maria do Rosário Silva de Oliveira, conhecida como Fiinha, e Osmira Soares de Azevedo, o presidente da comissão do exame, Eládio Augusto Amorim Mesquita, e o vice, Pedro Paulo Guerra de Medeiros, o tesoureiro, João Bezerra Cavalcante e os aliciadores Eunice da Silva Mello, Rosa de Fátima Lima Mesquita, José Rosa Júnior, Tevão Magalhães Zakhia, Marcelo Monteiro Guimarães e Euclides de Sousa Rios.O nome da operação - Passando a limpo - foi inspirado na forma mais usual que o grupo cometia o crime. A quadrilha trabalhava com dois modos de fraude: ou fornecia a prova com antecedência para que o candidato comparecesse à prova sabendo as respectivas respostas, ou viabilizava uma nova prova, idêntica à oficial, em data posterior à da realização do exame, para que o candidato passasse a prova a limpo. Na primeira prova do do atual exame de ordem, a quadrilha orientou os candidatos aliciados a deixarem 50% das questões em branco para que, posteriormente, um servidor da OAB-GO marcasse os outros 50% com as respostas corretas suficientes à aprovação do candidato.A Polícia Federal em Goiás investiga as denúncias há mais de um ano e está comprovado o envolvimento de vários servidores da instituição classista integrando o esquema fraudulento de aprovação. A quadrilha garantia a aprovação mediante o pagamento, em regra, de R$ 10 mil sendo que parte deste dinheiro, cerca de R$ 6 mil, era dividido entre os servidores da instituição responsáveis pela consumação da fraude.Até o momento foram identificados 36 candidatos que foram aprovados por meio do esquema no exame de ordem de dezembro de 2006, e, conseqüentemente, conseguiram de modo ilícito as respectivas carteiras de advogado. Foram identificados, ainda, outros 80 candidatos que, de alguma forma, foram beneficiados pela fraude.A Justiça Federal em Goiás expediu Mandado de Prisão contra 12 pessoas (sendo cinco servidores da OAB-GO) e 26 Mandados de Busca e Apreensão que estão sendo cumpridos em Goiânia e na cidade de Caldas Novas-GO. O magistrado determinou a suspensão, até julgamento definitivo, das 36 carteiras que, comprovadamente, foram conseguidas mediante fraude, devendo a seccional da OAB promover o recolhimento das mesmas.Estima-se que a quadrilha aprovava ilicitamente cerca de 150 candidatos a cada Exame de Ordem, movimentando aproximadamente R$ 3 milhões por ano. Segundo dados da investigação, a metade desse valor ia para os servidores da instituição corrompidos pela fraude.
Fonte:DM Online

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