Águas Lindas: o
gigante pobre
Sérgio Luiz L. A. de Oliveira
sllado.luiz@gmail.com
Bacharel em Ciência Política pelo UDF
Pós-graduando em Gestão Pública Municipal pela UEG
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Com um
pouco mais de dezoito anos de emancipação, Águas Lindas de Goiás emerge no
coração do Brasil como uma das maiores populações do estado de Goiás e do país.
Segundo dados do IBGE, em 2010, o município era o sexto do estado em número de
habitantes (177.890), atrás apenas de Goiânia (1.393.575), Aparecida de Goiânia
(500.619), Anápolis (357.402), Rio Verde (197.048) e Luziânia (188.181); e
conforme dados do PMAD 2013, realizado pela CODEPLAN, o município já se
aproxima da marca dos 200 mil habitantes, ultrapassando Luziânia no ranking das
maiores populações do estado.
O grande
crescimento populacional, no entanto, não foi acompanhado de igual
desenvolvimento econômico, social e de sua infraestrutura. Em 2010, seu Produto
Interno Bruto (PIB) de um pouco mais de 800 milhões, fizeram o município
figurar em 20º lugar no ranking dos municípios do estado segundo o PIB; muito
atrás das primeiras populações: Goiânia, primeiro do ranking com PIB de 27,6
bi; Anápolis, na segunda posição, com PIB de 12 bi; Aparecida de Goiânia,
terceiro no ranking, com PIB de 6,2 bi; Rio Verde, quarto no ranking, com PIB
de 5,5 bi; e Luziânia, que figura na nona posição no ranking, com PIB de 2,1
bi.
Outro
indicador utilizado para aferir o grau de desenvolvimento local é a renda per
capita. Considerando esse indicador, o município figura na última posição do
estado, com PIB per capita de 4.957 reais por pessoa, representando muito
distante da média do PIB per capita dos municípios goianos, que é de 20.415
reais por pessoa; ficando muito atrás das primeiras populações do estado:
Goiânia (20.990 reais por pessoa); Aparecida de Goiânia (13.538 reais por
pessoa); Anápolis (35.798 reais por pessoa); Rio Verde (30.527 reais por
pessoa) e Luziânia (11.927 reais por pessoa).
Atrelado a esses índices, registra-se o fato de o município ser muito dependente dos recursos de transferência dos governos federal e estadual, uma vez que a arrecadação própria é incipiente. Segundo dados do Tesouro Nacional para 2007, as receitas próprias correspondiam a 14% do total das receitas do município. Os outros 86% eram compostos por recursos provenientes de transferências.
Atrelado a esses índices, registra-se o fato de o município ser muito dependente dos recursos de transferência dos governos federal e estadual, uma vez que a arrecadação própria é incipiente. Segundo dados do Tesouro Nacional para 2007, as receitas próprias correspondiam a 14% do total das receitas do município. Os outros 86% eram compostos por recursos provenientes de transferências.
Nesse
aspecto, é importante destacar também as discrepâncias das receitas das maiores
populações do estado. Segundo dados do Tribunal de Contas dos Municípios de
Goiás (TCM/GO), as receitas acumuladas de janeiro a novembro de 2013 do poder
executivo de Águas Lindas somaram 92,8 milhões de reais; muito aquém dos
valores relativos ao poder executivo dos maiores do estado para o mesmo
período: Goiânia (R$ 1,62 bilhão); Aparecida de Goiânia (R$ 405,6 milhões);
Anápolis (R$ 413,2 milhões); Rio Verde (R$ 277,2 milhões); e Luziânia (R$ 191,5
milhões).
Se
considerarmos a divisão da receita pública do executivo desses municípios pelo
número de sua população, veremos que a discrepância é ainda maior. Nessa
perspectiva, Águas Lindas figura na última posição, com R$ 521,75 por
habitante. Muito atrás dos maiores do estado: Goiânia, com R$ 1.168,00 por
habitante; Aparecida de Goiânia, com R$ 810,23 por habitante; Anápolis, com R$
1.156,32 por habitante; Rio Verde, com R$ 1.407,23 por habitante; Luziânia R$
1017,88 por habitante.
Dessa
forma, observa-se no município uma situação contraditória: é um dos maiores, em
número de habitantes, mas um dos mais pobres do estado. Essa condição de
pobreza, por sua vez, afeta a qualidade de vida da população e dos programas
sociais que dependem de recursos diretamente arrecadados pelo poder local.
Enfim, trata-se de gigante pobre que precisa, a todo custo, desenvolver-se social
e economicamente, tornar-se robusto e romper barreiras. Força para isso o
gigante tem.
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